segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Longe, longe, longe... aqui do lado"


Encaixo-me no grupo dos que são extremamente contra qualquer ato de violência. Porém, mataria com o prazer mais ingênuo e consciente aquele que inventou a distância. Motivo? Um único, contudo não tão simples: separar pessoas que se encontram distante fisicamente, mas com uma relação tão intensa de amizade que às vezes esquecemos-nos desta tal incomoda distância.

O único que consegue suportar uma simplória e enxuta definição para palavra é o dicionário: o espaço entre dois lugares. Forma muito reduzida pra uma palavrinha tão pequena que separa tanta coisa além de lugares. Separam pessoas, amores, principalmente os amigos.

Começo a crer fielmente que as pessoas mais chatas do mundo estão sempre por perto (possa ser até que sejam chatos inconscientes, o que não o tiram deste posto). Aquelas que estão prontas para nos escutar, nos trazer alegrias, compartilhar tristezas colocam-se na categoria amigos distantes. Afinal, existem pessoas que estão perto e tão distantes ao mesmo tempo... paradoxo.

Estou farta da idéia do senso comum de que amizades à distância são inexistentes. Ora, se a distância separa lugares, ainda não possui a forma capaz de separar um vínculo de amizade, um sentimento criado mesmo que em frente à tela de um computador.

Quebra-se esta incrédula distância apenas uma vez no ano, onde uma semana torna-se uma eternidade. E deve ser vivida mesmo como uma eternidade. Afinal, votaremos ao ciclo da incerteza do (re)encontro que perdurará por mais um longo e duradouro ano.

Tem certeza quando dizem que o inventor da distância não poderia prever a dor constante da saudade... Mesmo assim, sinto-me privilegiada por poder contar com amigos que mesmo distantes, fazem-se presente de forma tão intensa que esqueço essa palavra incomoda chamada distância, acompanhada da saudade...



3 comentários:

  1. Uma vez me disseram que afetos à distância eram como voar com asas de cera...Ao chegar perto demais do Sol, corre-se o risco de cair, tal qual Ícaro. Entretanto, eu acredito que, por mais que distante que se esteja, o que sentimos por um ser distante - ou "imaginário", como prefiro calssificar (seja amigo ou amor, sei lá!) independe de todo e qualquer método de comunicação...Orkut, msn, gtalk, skype, telefone com seus tremendos custos de DDD... O maior obstáculo é o tempo e a distância, criações tão humanas...
    Mas, aqeueles a quem amo estarão sempre "hors de la vue, dans l'âme". Ou, numa tradução literal, "longe dos olhos, dentro da alma"...

    Valeu pelo texto tão forte!
    =)

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  2. Uma vez eu disse que alguns afetos eram como ser um ícaro,voar com asas fragéis feitas de penas de galinha e cera de mel (olha a mel aqui^^) de abelha...quando vc alcança o sol,os deuses te punem com o abismo.Só que a lenda n diz se Ícaro se arrependeu disso,só diz que dédalo,seu pai chorou e sentiu saudade do filho morto.Deve ser isso mesmo,um voar de si mesmo,no qual nos despreendemos do terra a terra,para ir em direção do que acreditamos ser algo maior,mesmo que isso nos queime.Não sabemos de ícaro,só de dédalos,mas,ícaro deve ter ficado feliz naquela luz...se o eneh é o sol,somos todos ícaros em cujas delegações e ônibus,nossas asas de cera voam.O võo não é fácil,e muitos n conseguem:sentimentos,disputas políticas,coisas da terra nso prendem..mas,aqueles que voam...Podem até cair,mas,quem disse que a gente n queria um pouco de adrenalina saltando sme paraquedas pra a realidade,com um sorriso no rosto?Então,que venham os sóis,eu quero mais voar até eles!Diego Costa Almeida

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  3. É verdade Diego, quem sabe se nos lançarmos sem medo em algumas coisas e nos entregar de alma também as coisas são dieferentes... acho que as grandes amizades as quais o curso de história extra-universidade me proporcionou pega muito nessa questão. É uma forma de quebrar paradigmas construídos em prol de amizades distantes. Como citou a Thaís o importante é o que está dentro da alma... os sentimentos. A distância é só um artefado graças a tecnologia "fácil de driblar"

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